BCAA e creatina faz mal? – O significativo crescimento do mercado fitness, que hoje movimenta mais de 2 bilhões de dólares no Brasil, mostra o quanto as pessoas têm passado a se preocupar cada vez mais com a aparência e, consequentemente, com seus corpos. Assim, percebemos academias cada vez mais lotadas, mas não é só isso que integra esse mercado: um dos principais segmentos dele é o dos suplementos. Esses produtos se tornaram muito populares por otimizarem os efeitos dos treinos, trazendo resultados mais satisfatórios e em menos tempo, o que é um fator decisivo nos dias de hoje, em que ele se torna cada vez mais escasso na rotina corrida das pessoas. A falta de tempo, assim, se estende em vários sentidos, sendo difícil para muitas pessoas, por exemplo, conseguir tempo para fazer todas as refeições necessárias para obter sucesso nos treinos. Por esse motivo, os suplementos se tornam uma ótima opção, pois são de consumo prático, fácil e podem suprir a quantidade de calorias ou nutrientes que não está sendo possível consumir por meio da alimentação. Contudo, devido à popularização dos suplementos, se faz necessária a tomada de certos cuidados relacionados a esse consumo, de maneira a preservar a saúde dos consumidores. Nesse artigo, falaremos sobre dois ods principais suplementos esportivos e discutiremos a relação deles com a saúde, respondendo a questões como “O que é o BCAA?’, “Como o BCAA funciona no organismo?”, “BCAA apresenta efeitos colaterais?”, “O que é creatina?”, “Como a creatina funciona no organismo?” “Creatina apresenta efeitos colaterais?” e “Suplementar BCAA e creatina simultaneamente faz mal?”.
O que é BCAA?
BCAA, sigla do inglês branched-chain amino acids, em tradução livre, aminoácidos de cadeia ramificada, são 3 aminoácidos essenciais, ou seja, não produzidos pelo corpo, sendo necessários obtê-los de maneira externa. São eles a leucina, a isoleucina e a valina, que estão associadas à regulação da saciedade, à síntese proteica muscular, sendo elas responsáveis por 1/3 das proteínas musculares, à manutenção dos tecidos dos órgãos e à homeostase da glicose, mantendo sua quantidade ideal no sangue. Assim, se faz necessária a obtenção destes, seja pela alimentação, ingerindo alimentos como carnes, ovos, laticínios, feijão, quinoa e lentilha, ou por meio da suplementação.
Como o BCAA age no organismo?
Para a obtenção de proteínas no organismo, são necessários os aminoácidos, o que não é diferente no caso das proteínas musculares, que são em grande parte produzidas pelos aminoácidos de cadeia ramificada. Assim, o consumo de BCAA se faz essencial nos casos em que se deseja ganhar massa muscular, pois eles possibilitam o crescimento dos músculos e, ainda, ajudam a diminuir as lesões musculares causadas pelo exercício físico intenso. Durante essa prática, o corpo gasta muita energia, as reservas de glicogênio no sangue abaixam muito, o que estimula a busca por outras fontes de energia, fazendo com que ele entre em processo de catabolismo, utilizando a alanina para sintetizar mais glicose, o que é contrário ao processo de aumento da massa muscular, pois os aminoácidos cessam a síntese proteica para sintetizar glicose. Assim, com a suplementação de BCAA, o corpo não sente a necessidade de alterar a síntese dos aminoácidos, pois eles estimulam a produção de insulina, aumentando a absorção de glicose, evitando, assim, o catabolismo indesejado. Além disso eles também transportam nitrogênio, necessário para a produção de mais aminoácidos, o que aumenta a síntese de proteínas e, consequentemente, favorece o aumento da massa muscular.
BCAA apresenta efeitos colaterais?
O BCAA pode provocar alterações no metabolismo da glicose, mudando os níveis de glicose no sangue, assim podendo causar hipoglicemias temporárias e resistência insulínica. Isso acontece devido à ativação da proteína mTOR pela leucina, de maneira a impulsionar o ganho de massa muscular, mas também alterar o metabolismo glicêmico. Como no caso de outros suplementos, no caso consumido em excesso, provocar, ainda, sobrecarga renal e possível inchaço. Além disso, acredita-se que ele pode agravar condições já existentes relacionadas à ELA e ao TOC, por exemplo.
O que é creatina?
A creatina, do grego kreas, que significa carne, é um composto de aminoácidos encontrado nas fibras musculares e no cérebro. Os aminoácidos da creatina são considerados não essenciais, ou seja, são produzidos no nosso próprio organismo, mais especificamente, no fígado e nos rins, que produzem uma quantidade considerada metade do necessário, sendo a outra metade obtida por meio de – a origem da palavra já denuncia: – ingestão de carne.
Como a creatina age no organismo?
Ao ser produzida, a creatina participa do processo de produção de moléculas de ATP (adenosina trifosfato), molécula que fornece energia aos tecidos musculares, e é transportada pela corrente sanguínea até os tecidos musculares, para os quais ela produz a energia. Assim, as pessoas que têm interesse em elevar seus níveis de ATP a fim de aumentar sua produção energética, procuram suplementos de creatina, que, por conseguinte, são muito populares no meio de atletas como fisiculturistas e lutadores de jiu-jitsu, muay thay e judô, cujas atividades físicas são intensa e curtas, o cenário ideal para a ação do suplemento de creatina. Assim, ele dá mais energia, aumentando a resistência, e fortalece os músculos do atleta, aumentando sua força, além de agir na regeneração muscular, reduzindo o tempo necessário para recuperação de cada exercício, o que provoca melhora no desempenho nas atividades físicas.
Creatina apresenta efeitos colaterais?
No caso da creatina, ela pode aumentar a produção de urina devido à formação da creatinina, substância em que ela se transforma após fornecer fósforo para moléculas de ATP para produção de energia, que não é útil mais ao organismo, sendo necessário descartá-la. Assim, o organismo provoca estímulos que geram sede para que seja ingerida uma maior quantidade de água a fim de facilitar a eliminação da creatinina na urina, sendo produzido mais do líquido devido ao maior consumo de água e, consequentemente, um dos possíveis efeitos colaterais é urinar mais. Devido ao aumento da quantidade de líquido que a pessoa passa a consumir, caso essa quantidade seja exagerada, pode ser que isso provoque uma diarreia, que possivelmente levará a um quadro de desidratação devido à eliminação excessiva dos líquidos, que pode trazer com ela sintomas como febre, tontura e enjoo. Por fim, outro possível efeito colateral é o aumento da produção de sebo, o que pode aumentar a oleosidade da pele e levar ao surgimento de acne.
Suplementar BCAA e creatina juntos faz mal?
A suplementação, seja de BCAA, de creatina, ou de qualquer outra substância inserida artificialmente no organismo, pode ser prejudicial à saúde se feita sem orientação profissional. No caso do BCAA, por exemplo, quadros de diabetes podem ser provocados ou agravados em caso de uso inadequado. Já em relação à creatina, a tendência que se cria ao aumento da produção de urina pode levar ao aparecimento de sintomas distintos, que podem também agravar outras condições. A associação do consumo dos dois suplementos, contudo, não apresenta nenhum dano por si só, sendo inclusive feita já na formulação de alguns suplementos indicados para consumo pré-treino. Nessa perspectiva, é importante mencionar a importância da orientação de um médico especialista para que seja iniciado o consumo de qualquer suplemento ou substância nova, principalmente nos casos de associação de mais de um tipo, de maneira que o consumo seja seguro e feito da melhor forma possível para cada caso, obtendo, assim, os melhores resultados.
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